Como proteger a produtividade na cultura do milho?
O milho é um dos principais grãos produzidos em todo o mundo, sendo o Brasil um dos maiores produtores e exportadores. Nos últimos anos, esse cenário tem sido melhor, devido ao uso da tecnologia na agricultura, com inovações que aumentaram a produtividade.
A utilização de novas tecnologias de plantio, o maior conhecimento das doenças que afetam esse cultivo e o desenvolvimento de defensivos mais eficazes têm proporcionado um aumento da produção sem a necessidade de expandir a área plantada.
Para alcançar todo o potencial da sua lavoura, é fundamental entender como cuidar desse cultivo para ter plantas mais saudáveis e produtivas. É sobre isso que falaremos neste artigo. Continue lendo para conferir um panorama do milho no Brasil, as pragas e doenças que afetam a lavoura, como promover a proteção dela e a importância da utilização de defensivos agrícolas.
O cultivo do milho no Brasil
Por ano, são produzidas mais de 1 bilhão de toneladas de milho em todo o mundo, e o Brasil é um dos grandes produtores. Segundo a FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura), a safra 2019/2020 aumentou a produção brasileira para 29,5 milhões de toneladas, o que coloca o país em segundo lugar no cultivo desse grão.
Durante muito tempo, o Brasil utilizou o milho como rotação de cultura e proteção do solo na entressafra. No entanto, como explicamos, as lavouras de milho agregaram muitas tecnologias e, com isso, foi possível alcançar mais produtividade sem aumentar as áreas plantadas.
Algumas tecnologias aplicadas no cultivo do milho envolvem, por exemplo, o desenvolvimento de híbridos, o controle de insetos e doenças, o tratamento industrial de sementes e máquinas e equipamentos mais rápidos e precisos.
No Brasil, são produzidas diferentes variedades de milho, como milho doce e milho pipoca, e de híbridos. Muito híbridos de milho são bastante explorados para produção de silagem, utilizado na alimentação animal.
O milho para pipoca também é uma das grandes produções e exportações do Brasil, mas para consumo humano, em geral, é produzido o milho doce, plantado durante o ano inteiro. O milho branco, por sua vez, apresenta uma boa resistência às doenças e pode ser aproveitado tanto para silagem quanto para alimentação humana.
As principais pragas e doenças que afetam a lavoura
As mudanças que aconteceram na produção de milho foram positivas, uma vez que possibilitaram alcançar maior produtividade. No entanto, as novas formas de manejo desse cultivo também provocaram alterações na população de patógenos e insetos.
Assim, além de se preocupar com pragas como as lagartas, percevejos, corós e larvas, o produtor encontra um grande desafio com as doenças que afetam o milho. Afinal, embora os híbridos tenham uma boa produtividade, alguns são mais sensíveis a elas e podem sofrer perdas significativas.
Entre as principais pragas que atacam as lavouras de milho no Brasil, destacam-se: a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), que costuma aparecer em períodos de estiagem e em solos arenosos. A lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), que é considerada uma praga dos períodos iniciais, pois cortam as plântulas rentes ao solo, reduzindo o número de plantas por hectare. A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que é uma espécie sugadora e transmissora do enfezamento pálido e vermelho no milho e tem preocupado bastante os produtores. Além do percevejo-barriga-verde (Diceraeus furcatus e D. melacanthus), que tem ganhado mais atenção nas últimas safras, principalmente por persistirem em áreas com o cultivo anterior de soja, e as lagartas.
Portanto, é preciso ter atenção na hora de escolher o híbrido e optar por aquele que apresente melhores retornos e seja adaptado à região de cultivo. Isso também implica na utilização de produtos eficazes que consigam controlar pragas e doenças em todos os períodos da cultura.
Como acontece com outros tipos de cultivo, existem algumas doenças que são mais comuns na cultura do milho aqui no Brasil. Veja a seguir.
Mancha branca (Phaeosferia maydis)
Afeta inicialmente folhas inferiores, progredindo para as superiores. Provoca perda de produtividade de até 30%.
Cercosporiose (Cercospora maydis)
Provoca a perda da área foliar, afetando a fotossíntese da planta. Essa doença reduz a produtividade em até 80%.
Ferrugem polissora (Puccinia polyssora)
É percebida pela formação de pústulas nas folhas das plantas, principalmente em sua parte superior, reduzindo a área foliar. Provoca perdas de cerca de 65% na produção.
Ferrugem tropical (Phizopella zeae)
Forma pústulas arredondadas que se espalham em pequenos grupos em ambas as faces da folha, trazendo perdas de até 60%.
Diplodia (Diplodia maydis)
Manifesta manchas similares às de turcicum, mas que apresentam borda amarelada e um picnídio no centro. Também afeta a espiga, colonizando-a por inteiro.
Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
Formam-se lesões de cor palha com bordas bem definidas. Em plantas adultas podem se tornar avermelhadas ou amareladas. A perda na produtividade pode ser acima de 50%. O milho é atacado, ainda, por enfezamentos vermelho e pálido, que pode afetar 100% das plantas. Também podridões de colmo e grãos ardidos, ambos causados por colonização de fungos.
Essas doenças variam de acordo com a região e a época do ano, por isso, apresentam graus de importância similares. De toda forma, algumas provocam perdas maiores na lavoura e podem ser mais difíceis de controlar. Daí a importância da utilização de produtos eficazes de amplo espectro.
As preocupações do produtor também estão se voltando para a maior severidade que a antracnose foliar tem apresentado em algumas regiões do Brasil. Já o ataque dos fungos Stenocarpella maydis e S. Macrospora trazem prejuízo com as podridões.
Os cuidados para proteger a produtividade
Para garantir a boa produtividade no cultivo do milho, a recomendação inicial é a escolha do cultivar. É importante optar por aqueles que apresentam maior resistência, afinal, como explicamos, alguns híbridos são mais suscetíveis às doenças.
Lembrando que elas se manifestam em períodos críticos para a cultura e em momentos em que as condições ambientais são mais favoráveis para o seu desenvolvimento. Portanto, outro cuidado essencial na proteção contra doenças e pragas é fazer a semeadura na época mais adequada para cada região, observando umidade do solo, temperatura, radiação solar e fotoperíodo.
Como os fungos necrotróficos são grandes causadores de doenças no milho, é sempre importante utilizar sementes de boa qualidade. Isso não envolve apenas a escolha daquelas ideais, mas também as que sejam tratadas com fungicidas de ação prolongada.
A rotação de culturas na área também é mais uma boa prática. Essa estratégia garante melhores produtividades quando são utilizadas culturas que não apresentam suscetibilidade às doenças que afetam o milho. Dessa forma, é possível quebrar o ciclo dos patógenos.
Não se esqueça de que é preciso determinar a população ideal, pois a densidade de plantas na lavoura implica em uma maior ou menor produtividade. Isso se dá porque elas competem entre si quando a densidade é muito alta, reduzindo a quantidade de espigas por área.
Por fim, é preciso fazer a manutenção da sua lavoura de milho, realizando o controle de pragas e das doenças, assim como plantas daninhas invasoras. Esses agentes afetam o cultivo pela competição por espaço, a destruição das plantas, das espigas e a redução da colheita.
O uso de defensivos agrícolas na lavoura
Como o milho é suscetível a diversas pragas e doenças, o uso de defensivos agrícolas é fundamental para garantir a proteção das plantas. Entre esses produtos, os fungicidas são aqueles que têm um grande destaque por contribuírem com o controle de diferentes doenças.
É interessante saber que os híbridos com suscetibilidade maior para doenças também apresentam uma melhor resposta aos fungicidas. A efetividade deles é aumentada e há um melhor impacto em sua produtividade.
Formulações com um espectro mais amplo facilitam o dia a dia do produtor por tratarem diversas doenças com eficácia. Além disso, não se esqueça de que esses produtos precisam conter ingredientes ativos e proporções ajustadas à realidade brasileira, considerando o clima e a pressão das doenças.
A produtividade do milho, portanto, pode ser melhorada conforme as recomendações da Embrapa:
- utilização de cultivares resistentes;
- plantio na época adequada;
- utilização de sementes de boa qualidade;
- tratamento das sementes com fungicidas;
- rotação com culturas não suscetíveis;
- adubação equilibrada;
- adequação da população de plantas;
- controle de pragas e doenças;
- colheita na época correta.
A associação dessas boas práticas com defensivos agrícolas eficientes garante a proteção da lavoura de milho para que você consiga um maior número de espigas por área. Desse modo, você terá um melhor retorno com a safra, sem a necessidade de expandir a área plantada.
Muitos produtores enfrentam desafios para proteger a lavoura de milho, então, compartilhe este conteúdo em suas redes sociais para que outras pessoas tenham acesso a essas informações!