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Nematoides: entenda mais sobre esse problema

De acordo com uma publicação da revista Visão Agrícola (Esalq), estima-se que 10,6% das perdas anuais da produção internacional de soja são causadas por nematoides e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), há perdas de R$ 16,2 bilhões na produção de soja no Brasil.

Segundo pesquisas da Embrapa e Aprosoja, as perdas totais ocasionadas por nematoides, em diversas culturas, chegam a R$ 35 bilhões por ano no país. Mesmo existindo espécies de parasitas que não são responsáveis por grandes prejuízos, é crucial combater aquelas que causam danos significativos à lavoura, para que o produtor seja menos afetado pela cotação da soja.

Afinal, o que são nematoides e de que maneira eles comprometem a produção agrícola? Como tratar a lavoura e fazer o controle dessa praga? Continue a leitura, pois é sobre isso que falaremos a seguir!

O que são os nematoides?

Os nematoides são vermes que têm o corpo em formato cilíndrico, geralmente alongado e com as extremidades afiladas. Em algumas situações, as fêmeas assumem formas aberrantes de rim, maçã ou outras que fogem da aparência corriqueira dos vermes. A maioria das espécies são de vida livre, mas os representantes parasitas são os mais conhecidos.

Eles variam bastante de tamanho. Os parasitas de plantas medem de 0,3 a 3mm de comprimento, enquanto os de animais chegam a atingir vários centímetros (a lombriga, por exemplo, chega a 50cm quando adulta).

Os nematoides são capazes de viver em qualquer ambiente, sendo encontrados no solo, na água e em ambientes úmidos. Embora sejam bastante sensíveis à falta de água e a temperaturas extremas, há espécies que conseguem resistir ao estresse hídrico durante meses ou até anos.

Há vários gêneros de nematoides relacionados aos cultivos agrícolas. Os vermes atingem diversas culturas, mas entre os que causam danos mais severos às lavouras estão os seguintes:

  • Meloidogyne;
  • Heterodera;
  • Globodera;
  • Pratylenchus;
  • Rodopholus;
  • Rotylenchulus;
  • Nacobbus;
  • Tylenchulus.

Quais são os problemas que eles causam na lavoura?

A severidade da ação dos vermes cilíndricos depende muito do quão suscetível é a cultivar, da espécie de nematoide, do potencial de inóculo do verme (capacidade de gerar uma infecção bem-sucedida), do tipo de solo cultivado e, claro, do manejo à praga. De modo geral, terrenos arenosos ou franco-arenosos são os que favorecem a proliferação dos nematoides, pois facilitam a sua movimentação e a sua migração.

Esses parasitas têm um estilete bucal que, além de retirar substâncias nutritivas das plantas, viabilizam a injeção de substâncias tóxicas no interior da célula vegetal. Como mencionamos, os nematoides estão comumente presentes no solo e atuam nas raízes das plantas e, quase sempre, esse parasitismo fica evidente pelo aparecimento de deformação nas estruturas (chamadas de galhas) e pelo escurecimento do tecido.

Os nematoides podem utilizar os seguintes meios para chegar às áreas de cultivo:

  • água de irrigação;
  • mudas produzidas em substratos ou solos infectados;
  • máquinas e implementos agrícolas;
  • movimentos de animais e pessoas na área.

Os problemas começam a ser percebidos na parte aérea da planta, que passa a ter dificuldade para retirar água e nutrientes do solo. Normalmente, os ataques ocorrem em áreas definidas, como as reboleiras da lavoura.

Os primeiros sintomas são causados no sistema radicular, ao passo que os sinais secundários são percebidos após a infecção do verme. Entre eles, podemos destacar:

  • redução do porte da planta hospedeira (tamanhos irregulares);
  • amarelecimento da parte aérea (sintomas de desnutrição);
  • aumento do diâmetro do sistema radicular (em alguns casos), devido à dificuldade no transporte de água e nutrientes disponíveis no solo;
  • redução ou baixa produtividade.

Contudo, a infecção por nematoides pode se agravar, já que eles lesam os tecidos vegetais, deixando uma porta de entrada para outros patógenos causadores de doenças que geram grandes danos à cultura hospedeira. Um exemplo é o fungo do gênero Fusarium, que provoca a chamada murcha-de-fusarium.

Além disso, muitas vezes, os nematoides são constituídos de fortes drenos metabólicos, ou seja, direcionam os nutrientes fotoassimilados pela planta utilizando-os para o seu desenvolvimento e a sua reprodução. Como consequência, há uma redução considerável de energia para que a planta cresça plenamente.

Como tratar a lavoura e evitar essa praga?

A prevenção é sempre a melhor forma de controle desses organismos, e a principal medida é evitar a introdução dos nematoides na área de cultivo. Depois de constatada a presença dos vermes na lavoura, o produtor terá que conviver com o problema por um longo período, já que sua erradicação é praticamente impossível.

Para realizar o manejo da soja e evitar os ataques dos vermes, é muito importante realizar uma análise de laboratório para identificar as espécies de nematoides. Além disso, é fundamental estimar a quantidade de vermes existente na área, para que as ações sejam as mais adequadas para a situação.

Isso porque quanto mais elevados forem os níveis populacionais no solo antes do plantio da soja, maiores serão os danos. Assim, qualquer método de controle que reduza essa população inicial é bastante vantajoso.

Aliás, é preciso ter em mente que os métodos de controle têm pouca eficiência, pois os nematoides apresentam um tegumento pouco permeável, que confere a eles uma grande resistência a agentes físicos e químicos. Dessa forma, geralmente, o produtor precisa realizar o manejo dos níveis populacionais no solo.

Lembre-se de que os ovos e as larvas dos nematoides podem sobreviver por longos períodos na matéria orgânica, bem como nas camadas mais úmidas e profundas do solo. Portanto, o controle nessas áreas deve ser eficiente.

Entre as estratégias de manejo de nematoides no sistema agrícola, podemos contar com quatro modalidades:

  • controle físico;
  • controle biológico;
  • controle cultural;
  • controle químico.

Algumas operações que são realizadas para o controle da praga são:

  • uso de tratamento de sementes e sulcos de plantio com nematicidas;
  • eliminação de camadas compactadas;
  • melhoria do equilíbrio do pH no perfil do solo;
  • manutenção de bons níveis de potássio;
  • aumento nos teores de matéria orgânica (coberturas verdes);
  • uso de biocontroladores (fungos e bactérias).

Como você pôde perceber, os estragos causados por nematoides são imensuráveis. Uma vez detectados no sistema, a melhor estratégia para manejá-los na soja e demais culturas é a aplicação de uma prática ou mais, já que os danos econômicos gerados pela praga estão diretamente ligados ao ambiente em que o cultivar está instalado — ou seja, os fatores externos podem potencializar ou minimizar os prejuízos.

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