Pragas da soja: 3 boas práticas de manejo integrado na cultura
Há uma série de fatores que interferem no bom desenvolvimento da lavoura de soja. Dentre eles, está a grande presença de pragas variadas que podem atacar a cultura. Elas são responsáveis por perdas na produtividade, o que impacta diretamente o faturamento da safra.
Para que esses problemas sejam evitados, é preciso estabelecer boas práticas de manejo na cultura da soja, desde a semeadura até a colheita. Neste artigo, você conhecerá algumas ações a serem aplicadas em sua lavoura. Confira!
O manejo integrado de pragas
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de medidas que têm como objetivo fazer o controle de pragas que atacam as lavouras. A ideia é que a sua aplicação seja feita integrando diferentes métodos, permitindo a prevenção de pragas sem perder a sustentabilidade.
Um aspecto importante sobre a sua aplicação é que ela acontece quando a densidade populacional da praga atinge o nível de controle (NC). Quando está abaixo, podemos dizer que ela está em nível de equilíbrio (NE).
Diferentes formas de controle são utilizadas, como:
- produtos químicos;
- agentes biológicos (predadores, parasitoides, entomopatógenos);
- plantas não-hospedeiras de pragas;
- manejo cultural;
- plantas iscas.
Quando a densidade populacional da praga na lavoura atinge um valor crítico, é preciso realizar o controle delas, o que inclui os pilares a seguir.
Controle cultural
Consiste em diminuir a disponibilidade de alimentos para a praga, a fim de evitar que a população cresça de maneira descontrolada. Para isso, são eliminados os restos de culturas e plantas daninhas hospedeiras. Esse controle sempre deve ser feito como ação preventiva, independentemente da existência de pragas.
Controle comportamental
Uso de plantas atrativas, armadilhas, repelentes e feromônios para evitar a reprodução das pragas.
Controle genético
Manipulação do genoma da praga, a fim de que ela seja controlada, reduzindo, assim, a sua população e a reprodução delas. No entanto, este não é o método mais utilizado.
Controle varietal
Utilização de cultivares melhoradas geneticamente, a fim de controlar as pragas que podem surgir. Podem ser utilizadas desde plantas menos suscetíveis até resistentes a determinadas pragas.
Controle biológico
Ações de preservação de inimigos naturais das pragas, mas que são benéficos para o desenvolvimento das plantas, como os predadores, fungos, vírus e bactérias.
Controle químico
Utilização de inseticidas seletivos, que têm pouco efeito em inimigos naturais e polinizadores. Para garantir a eficácia, é preciso conferir os ingredientes ativos e fazer a rotação de produtos que evitam ou retardam o desenvolvimento de resistência por parte das pragas.
3 boas práticas para a cultura da soja
A cultura da soja está exposta ao ataque de uma série de pragas, desde sua germinação até a colheita. Entre as principais pragas que atacam a soja, destacamos as lagartas e os percevejos.
O controle desses insetos exige um cuidado maior, já que é preciso levar em consideração que a aplicação de defensivos deve ser feita conforme a recomendação do fabricante.
Usar defensivos incorretamente pode levar ao surgimento de pragas secundárias (como é o caso dos ácaros), além de favorecer o surgimento de outras pragas resistentes aos inseticidas utilizados.
Portanto, fazer o Manejo Integrado de Pragas é a melhor decisão nesse sentido. Falando especificamente sobre a cultura da soja, é possível destacar algumas ações que têm eficácia comprovada. Confira!
1. Rotação de culturas
A agricultura tem exigido uma produção cada vez mais sustentável por parte dos produtores, sendo essencial o uso racional dos recursos produtivos. Além de boas práticas de uso do solo, água e insumos, é preciso levar em consideração a rotação de culturas.
Fazer a semeadura após a cultura de soja, de milho, algodão e trigo, por exemplo, pode trazer bons resultados, além da menor incidência de pragas e doenças. Deixar a área em pousio no outono/inverno nunca é uma boa opção! Nesse ponto, também é possível destacar como benefícios a sustentabilidade do sistema agrícola, a facilidade no controle de plantas daninhas, a adubação residual para a cultura que sucederá e também a diluição de custos fixos da produção.
2. Utilização de Refúgio
O refúgio é uma área cultivada com plantas suscetíveis aos insetos em lavouras de soja que são resistentes ou tolerantes à praga. O objetivo é que o refúgio funcione como área de sobrevivência desses insetos que estão suscetíveis. Assim, eles fariam reprodução com insetos resistentes, o que resultaria em pragas mais suscetíveis sendo controlados pelos inseticidas.
Na cultura da soja, o ideal é que a área de refúgio corresponda a 20% do plantio. Lembrando que esse espaço pode ser cultivado de diferentes maneiras, como mantendo uma distância de 800 metros da área com soja (resistente ou tolerante) ou com a implementação de faixas que favorecem o acasalamento aleatório.
3. Uso de Tecnologias
As tecnologias também são grandes aliadas no manejo na cultura da soja. Uma das mais importantes é o sensoriamento remoto, que usa sensores para coletar informações e avaliar a sanidade plantas, sem necessidade de entrar em contato direto com elas.
Alguns desses sensores utilizam a relação entre a quantidade de energia solar absorvida e a refletida pela planta, a fim de estabelecer uma classificação. Tal tecnologia ajuda a identificar, por exemplo, pontos da lavoura com presença de pragas.
Outra ferramenta utilizada para o monitoramento é a armadilha inteligente. Esse equipamento é instalado na lavoura e envia, por sinal de celular, as quantidades diárias de insetos que são capturados, permitindo, assim, um diagnóstico rápido da situação.
O uso de boas práticas de manejo na cultura da soja ajuda a tornar as lavouras mais produtivas, entregando maior qualidade da produção. Portanto, o controle de pragas deve ser feito de maneira estratégica, sempre lembrando das técnicas mais adequadas e do momento certo para colocar ações em prática, a fim de evitar perdas na lavoura.
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