Georreferenciamento remoto: o que é preciso saber sobre o assunto
Felizmente, com o avanço da tecnologia, várias novas ferramentas passaram a fazer parte do dia a dia dos trabalhadores, ajudando em tarefas de monitoramento que antes eram muito difíceis de serem feitas de forma adequada.
Dentre esse leque de novas possibilidade, o georreferenciamento remoto traz uma série de benefícios, que vão desde informações mais precisas sobre a área cultivada, até o menor impacto ambiental da produção.
Para saber mais sobre os benefícios do georreferenciamento remoto, como também a respeito da sua implementação, acompanhe este artigo até ao final. Ao longo dele, vamos esclarecer os principais pontos relacionados a esse conceito. Boa leitura!
O que é o georreferenciamento remoto?
A palavra georreferenciar une dois termos provenientes da língua grega: “geo”, que significa “terra” e “referenciar”, que nesse contexto pode ser entendida como “localizar” ou “tomar um ponto como referência” para tal. Logo, o georreferenciamento pode ser compreendido como processo de levantamento das características que limitam e localizam a área de determinada propriedade.
Esse instrumento é utilizado pela INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para padronizar a identificação de todas as propriedades agrícolas Brasil afora e serve também como diretriz para a regularização dos imóveis com base na legislação em vigor (principalmente com respeito ao que diz a lei 10.267/01 e os decretos 4.449/02 e 5.570/05).
E a adoção do georreferenciamento remoto pode ser considerada um grande avanço, principalmente quando se leva em conta que, até não muito tempo atrás, a delimitação de uma área era feita sempre com bases imprecisas, como pontos de referência do local em questão. Assim, não era raro utilizar árvores, rios, estradas, morros, entre outros, para estabelecer os limites da propriedade.
Além das questões burocráticas e legais, o georreferenciamento pode ser empregado para solucionar uma série de questões que, se não forem contornadas, podem gerar dores de cabeça no futuro.
Então, mesmo que o projeto não exija que seja feita a georreferenciação, vale a pena investir nela sempre que for necessário dimensionar o solo disponível para cultivo ou mesmo antes de fazer uma construção, por exemplo.
Ao mesmo tempo, é importante não confundir o georreferenciamento com outras tecnologias disponíveis, como o geoprocessamento e o sensoriamento remoto.
O geoprocessamento remoto consiste na utilização de imagens captadas via drones e de dados de GPS para traçar mapas detalhados com as características da área da superfície mapeada. Com isso em mãos, fica mais simples visualizar elevações e curvas no nível do terreno, por exemplo.
Já o sensoriamento, por sua vez, utiliza diferentes tipos de instrumentos para capturar a distâncias variados dados relacionados às condições da lavoura, desde informações sobre o clima até a respeito das condições do solo.
Quais são as etapas de implementação desse processo?
Como já destacamos, em algumas circunstâncias há a exigência legal para que a propriedade passe pelo georreferenciamento. Com o decreto publicado em 2002, todos os imóveis rurais passaram a contar com essa obrigação. Os prazos para isso variam de acordo com o tamanho da propriedade.
Para concluir esse processo, são seguidas uma série de etapas com o propósito de obter as informações e os dados necessários para que a propriedade tenha a sua localização delimitada conforme pede a legislação vigente.
Na primeira etapa, é feita uma medição dos limites do imóvel e a avaliação da documentação da propriedade. É preciso também verificar os limites em relação as propriedades vizinhas, inclusive para saber se não há sobreposição de áreas.
Em seguida, é realizada a coleta de informações por meio da técnica de fotogrametria. Para isso, podem ser combinados o emprego de veículos aéreos não tripulados (conhecidos como drones) controlados remotamente, e a utilização de dados obtidos por meio do GPS (Sistema de Posicionamento Global, na sigla em português).
No passo a passo para efetuar o georreferenciamento, é essencial ter ciência de que apenas profissionais registrados e com a formação adequada podem conduzir o processo. Arquitetos e Urbanistas, Geólogos e Engenheiros Cartógrafos e Agrimensores com o devido registro no conselho profissional são alguns dos perfis aptos à tarefa, para que ela tenha valor legal. O custo varia de acordo com a região do país e a extensão da área.
Todo o processo de envio de documentação junto ao INCRA pode ser efetuado de forma online atualmente. Após as etapas de planejamento, demarcação, medição, elaboração do relatório e certificação, a planta e o memorial descrito do imóvel são emitidos. Com isso, o INCRA tem acesso às informações atualizadas sobre as propriedades rurais de todo o país.
Quais os benefícios do georreferenciamento?
Não é apenas o benefício de resolver uma pendência burocrática que o proprietário tem ao fazer o georreferenciamento da forma correta, com os dados sobre sua propriedade devidamente atualizados. Há vários outros.
Uma das principais vantagens é a valorização da propriedade no mercado, uma vez que ela estará apta a ser negociada sem maiores empecilhos em todo o processo. Isso pode não acontecer caso haja alguma pendência, incluindo aquelas relativas às exigências do INCRA.
Além disso, para quem está à procura de linhas de crédito, o georreferenciamento pode fazer toda a diferença entre a aprovação ou não da operação. Muitas instituições financeiras, inclusive, já exigem a apresentação dos dados de georreferenciamento para qualquer processo de concessão de financiamento.
Como aplicá-lo nas propriedades rurais?
O georreferenciamento também traz benefícios no dia a dia das propriedades rurais, por meio de algumas outras aplicações da tecnologia.
Um dos destaques nesse aspecto são as práticas de manejo de agricultura de precisão, que utilizam pontos de amostragem para coleta de dados ao longo de toda a lavoura. A partir disso, é possível identificar problemas e assegurar a adoção das melhores estratégias, inclusive para o controle de pragas e doenças.
Desse modo, é possível tomar decisões mais assertivas e melhorar a eficiência no emprego dos recursos na lavoura, aumentando a produtividade.
O georreferenciamento remoto é uma ferramenta importante não apenas para manter sua propriedade com a documentação em dia, como também para introduzir mudanças na forma como é feito o manejo das mais diferentes culturas, do momento em que se prepara o solo até a colheita.
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