Ferrugem-do-cafeeiro: o que é e quais as melhores estratégias de controle?
Uma série de pragas e doenças podem atingir as áreas cultivadas com café. Por isso, é essencial investir em prevenção e conhecer as melhores estratégias para contornar esse tipo de problema o quanto antes.
A ferrugem-do-café é a principal doença da cultura e a que mais causa transtorno no cultivo do fruto que dá a origem a uma das bebidas mais consumidas do mundo e, por isso, merece toda a atenção do produtor. Assim, apresentamos neste texto as características da doença, bem como as melhores estratégias de controle.
O que é a ferrugem-do-café?
A ferrugem do café, também conhecida como ferrugem-do-cafeeiro, é uma doença causada por fungos do gênero Hemileia. No Brasil, o predomínio é da espécie Hemilia vastatrix, que deixa as folhas alaranjadas e tem um comportamento mais agressivo.
Em outras partes do mundo, a espécie predominante é a Hemileia coffeicola, que provoca uma doença menos agressiva, reconhecida pela presença daquilo que é chamado de ferrugem-farinhosa.
Mundialmente já foram identificadas 33 raças do patógeno, sendo que a maioria delas atinge a espécie Coffea arabica.
Assim como outros fenômenos, o clima na agricultura desempenha um papel considerável na disseminação dessa doença. Ambientes com alta umidade relativa do ar, baixa incidência de luz solar e temperaturas oscilando entre 21° e 25 °C têm mais chances de sofrer com a ação do fungo.
Os primeiros casos de ferrugem-do-cafeeiro no Brasil foram relatados na década de 70, no sul da Bahia. Hoje, está presente em todos os cultivos de café do país e, ao lado da broca-do-café e do bicho mineiro, representa uma das maiores “dores de cabeça” fitossanitárias para os produtores.
Quais os principais sintomas da ferrugem-do-cafeeiro?
Um dos sinais mais aparentes da ferrugem-do-cafeeiro são as chamadas manchas cloróticas, principalmente quando a folha é posta contra a luz. Dessa forma, a planta perde seus tons de verde e passa a apresentar sinais amarelados e alaranjados. Isso acontece porque o fungo afeta a capacidade fotossintética da planta, o que causa redução da quantidade de clorofila.
Com o tempo, essas manchas se expandem e se transformam em lesões necróticas, com danos irreversíveis. A partir disso, é comum observar uma queda precoce das folhas, a floração é prejudicada, ocorre a seca dos galhos e desenvolvimento inadequado dos frutos do cafeeiro.
Outro sinal frequente é a presença de uma massa pulverulenta, ou seja, com o aspecto que lembra um pó, composta pelos uredósporos, que são esporos da espécie H. vastatrix.
Esses esporos se aglomeram na folha e em contato com água, vento, pela ação de insetos ou mesmo pelo contato humano durante o manejo do cultivo, se desprendem e se espalham para outras plantas. Essas são as maneiras mais comuns de disseminação da ferrugem.
O tempo para completar o ciclo de disseminação da doença varia de acordo com as condições climáticas. De qualquer forma, se não houver controle inicial, os primeiros sinais de danos às plantas aparecem entre 7 e 15 dias da penetração do fungo e sua reprodução completa acontece, em média, entre 25 e 35 dias.
Vale reforçar que muitos dos sintomas da infecção só aparecem quando a planta já foi prejudicada, tornando o controle adequado dessa doença um método indispensável para o sucesso da lavoura.
Como a doença afeta a produção?
Alguns números ajudam a deixar mais claro o tamanho do estrago que a ferrugem-do-cafeeiro pode trazer para a produção. Em um primeiro momento, estima-se que a produtividade seja prejudicada em até 30% com a disseminação do fungo. Outros estudos apontam que, em diversos cenários, a perda de produtividade pode ser superior a 50%.
Estes cálculos do prejuízo levam em conta também o fato de que o café é uma cultura perene. Assim, toda vez que um problema do tipo se dissemina e prejudica a produção, os danos podem se estender para produção de mais de uma safra.
Quais as principais estratégias de controle?
A prevenção da propagação da ferrugem-do-cafeeiro envolve a combinação de algumas práticas que, se bem empregadas, trazem bons resultados.
A primeira dessas ações diz respeito ao monitoramento da lavoura, para verificar a presença da doença e avaliar sua possível progressão. Dessa forma, recomenda-se avaliar a extensão de eventuais danos e a severidade da doença na região. Isto pode embasar as melhores decisões e otimizar os recursos disponíveis.
A adoção de cultivares resistentes também é uma estratégia viável. Essas cultivares são capazes de resistir ao fungo ou passam por melhoramento genético para atingirem essa característica.
Todavia, mesmo com a adoção de cultivares resistentes, não é dispensada a adoção do controle com o auxílio de agroquímicos adequados. Para lidar com a ferrugem do café, o ideal sempre é combinar a ação de fungicidas protetores com fungicidas de ação sistêmica.
Assim, enquanto os fungicidas protetores formam uma camada na superfície da planta capaz de impedir a proliferação do fungo de forma preventiva, os fungicidas de ação sistêmica são absorvidos pela planta e também dificultam a proliferação do fungo.
A ADAMA oferece as melhores soluções também no controle da ferrugem-do-cafeeiro. Dentro do portfólio de produtos, Convicto é o fungicida mais indicado para controle via folha. Ele tem ação sistêmica que resulta em maior residual de controle, agindo de forma simples e eficiente no manejo da lavoura diante da ameaça que essa doença representa para o cafezal.
Vale sempre reforçar que melhor maneira de controlar e evitar a proliferação da ferrugem do café é por meio da prevenção, sempre com o suporte das estratégias adequadas. Só assim sua lavoura se manterá produtiva e trará os resultados esperados ano a ano.
Que tal continuar aprendendo? Receba os melhores conteúdos aqui do blog direto no seu e-mail assinando a nossa newsletter.