12 plantas daninhas mais preocupantes em soja

A cultura da soja enfrenta diversos problemas fitossanitários durante todo o cultivo. Dentre esses problemas, as plantas daninhas são motivo de preocupação do produtor do início ao fim da safra.

Algumas delas são mais preocupantes e merecem atenção redobrada. Conheça as 12 plantas daninhas mais preocupantes em soja:

1. Buva

A buva é uma das plantas daninhas mais temidas pelo sojicultor. Da família Asteraceae, as espécies mais comuns de buva são a Conyza bonariensis, a Conyza canadensis e a Conyza sumatrensis.

É comum a ocorrência de plantas de buva nas lavouras das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ela é considerada uma espécie muito agressiva para a soja e é resistente ao glifosato. 

As sementes da buva são muito pequenas e leves, por isso sua dispersão é bastante facilitada pela ação do vento. Uma planta pode chegar a 2,5 m de altura.  Além disso, produz, em média, de 150 a 200 mil sementes por planta.

A germinação das sementes ocorre entre os meses de julho a setembro, o que se tornou um grande problema para a cultura da soja. Por isso, é importante realizar o manejo antecipado na entressafra, para evitar a matocompetição inicial com a soja.

2. Capim-amargoso

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta daninha da família Poaceae, comumente chamada de gramínea. Ela tem ciclo perene, porte ereto (podem chegar a até 1,5 m) e há a formação de touceiras. Mas uma característica bastante preocupante é o fato de formar rizomas.

Esses rizomas são caules subterrâneos, com função de reserva de nutrientes e reprodução vegetativa, e têm alta capacidade de competição com a soja. Como se formam cerca de 45 dias depois da emergência da planta daninha, é ideal que essa planta seja controlada o quanto antes.

O capim-amargoso também é uma daninha resistente ao glifosato, o que dificulta seu controle. Uma única planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes, que podem ser facilmente dispersadas pelo vento.

3. Capim-pé-de-galinha

Assim como o amargoso, o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) também é uma gramínea, ou seja, da família Poaceae. Tem ciclo anual, mas forma touceira que é abrigo fácil para insetos-praga e nematoides, como o nematoide das galhas (Meloidogyne incognita).

É uma planta daninha de porte baixo, podendo medir cerca de 50 cm de altura. A dispersão das sementes é feita pelo vento e cada planta pode produzir até 120 mil sementes.

O capim-pé-de-galinha é uma planta bastante agressiva e existem registros de resistência não só ao glifosato, mas também fenoxaprop e haloxyfop. O ciclo total dessa daninha pode chegar a 180 dias, o que pode prejudicar todo o ciclo da soja.

4. Caruru

As plantas daninhas de nome caruru pertencem à família Amaranthaceae e, diferente de muitas daninhas, tem diversas espécies como Amaranthus deflexus, Amaranthus hybridus, Amaranthus lividus, Amaranthus retroflexus, Amaranthus spinosus e Amaranthus viridis.

A presença dessa planta daninha na soja causa diversos problemas como o aumento de pragas e doenças, por ser uma excelente hospedeira para esses organismos. Podem, por exemplo, hospedar nematoides como Pratylenchus brachiurus e Meloidogyne incognita.

O caruru pode produzir de 100 a 150 mil sementes por planta. Além disso, são facilmente dispersas com o vento. Em condições de estresse, essas plantas têm capacidade de encurtar o ciclo e produzir sementes rapidamente.

Há registros de plantas resistentes ao glifosato e aos herbicidas inibidores de ALS, por isso, o uso de herbicidas pré-emergentes auxilia no controle dessa invasora.

5. Leiteiro

O leiteiro (Euphorbia heterophylla), também chamado de amendoim-bravo, é uma planta daninha da família Euphorbiaceae. É uma planta tóxica e seu nome vem da característica de liberar um líquido viscoso branco, que lembra leite.

 Tem ciclo anual e pode ser hospedeira de pragas como a mosca-branca, que tem sido problema na soja nos últimos anos, e doenças como o vírus do mosaico anão, que causa nanismo na soja. Também pode ser hospedeira de nematoides das espécies Meloidogyne incognita e Pratylenchus coffea.

Suas sementes podem germinar em profundidades de até 20 cm e a planta-mãe lança as sementes, por propulsão mecânica, de 2 a 5 m de distância.

Além de todas essas características, plantas de leiteiro podem ser resistentes a glifosato e também a acifluorfen-sodium, cloransulam-methyl, chlorimuron-ethyl, diclosulam, flumetsulam, flumiclorac-pentyl, fomesafen, imazamox, imazaquin,imazethapyr, lactofen, metsulfuron-methyl e nicosulfuron. Desta forma, é importante realizar a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação para controlar essa invasora e evitar a seleção de plantas resistentes.

6. Trapoeraba

A trapoeraba é uma planta daninha da família Commelinaceae e tem duas espécies conhecidas: Commelina benghalensis e Commelina diffusa.

Ela é uma planta daninha que tem mecanismos alternativos de dispersão, isto é, tem dois tipos de sementes: uma aérea (fácil dispersão) e outra subterrânea (difícil dispersão). Assim, sua reprodução pode ser tanto de maneira sexuada como assexuada. São plantas perenes, com alto potencial infestante e de difícil controle.

Uma questão importante é que a trapoeraba apresenta folhas largas e tem nervação paralelinérvea. Sendo assim, segundo especialistas, não pode ser enquadrada nem no grupo das folhas largas nem no grupo das folhas estreitas. Porém, são facilmente identificáveis, pois têm uma coloração roxa nas folhas.

É uma planta tolerante ao glifosato. Por isso, fazer o manejo rotacionando os herbicidas pós-emergentes de diferentes grupos químicos e utilizando pré-emergentes com ação residual para controle de banco de sementes são boas alternativas de controle.

7. Picão

Exitem dois tipos de plantas daninhas comumente conhecidas como picão: picão-preto e picão-branco. Ambas são da família Asteraceae e as espécies predominantes para picão-preto são Bidens alba, Bidens pilosa e Bidens subalternans, e para picão-branco são Galinsoga parviflora e Galinsoga quadriradiata.

Na cultura da soja, a predominância é o picão-preto. Essa planta daninha é hospedeira de nematoides Meloidogyne spp. Suas sementes têm estruturas que facilmente se aderem a superfícies em que houve contato direto.

Em áreas em que se tem histórico com picão-preto, o “pousio” não é recomendado. Isto porque suas sementes apresentam dormência que pode chegar a 5 anos. Devido à essa dormência, somente um percentual das sementes germina prontamente; as demais vão germinando aleatoriamente, ao longo do tempo, resultando em diferentes fluxos de emergência de plantas de picão ao longo das safras.

Além disso, é importante destacar que uma única planta de picão-preto pode produzir até 6 mil sementes. Por isso é importante utilizar herbicidas pré-emergentes que atuem no banco de sementes do solo e reduzam os fluxos de emergência dessa planta daninha.

8. Vassourinha-de-botão

A vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata) tem diversos outros nomes comuns como vassourinha, cordão-de-frade, dentre outros. Ela pertence à família Rubiaceae e ocorre em todas as regiões brasileiras, principalmente na região Centro-Oeste.

A vassourinha-de-botão é uma planta perene, com cerca de 30 cm de altura, bastante ramificada, com flores brancas e folhas lisas. Sua reprodução é por sementes, sendo de fácil dispersão. É uma planta daninha que tolera solos ácidos e com menor quantidade de nutrientes.

Ainda não existem casos registrados de resistência à herbicidas, mas é uma planta bastante tolerante ao glifosato. Por isso, os casos de problemas com a vassourinha-de-botão têm aumentado nas lavouras de soja.

9. Erva-quente

A erva-quente (Spermacoce latifólia) é muito confundida com a vassourinha-de-botão. Também pertence à família Rubiaceae, ela tem o caule verde ou avermelhado e as flores brancas sobre o nó do caule.

É uma planta daninha bastante ereta, com ramificações e com menor quantidade de pelos do que as poáceas em geral. As folhas possuem nervuras muito evidentes.

É uma planta com preferência por solos mais arenosos e secos. Nos últimos anos, sua dispersão foi muito rápida em lavouras de soja, principalmente na região Centro-Oeste.

10. Capim-marmelada

O capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) é uma planta daninha forrageira da família Poaceae. Também tem outros nomes comuns como capim-são-paulo e capim-papuã.

Seu ciclo é anual, podendo chegar a 1 m de altura. Ela floresce no final do verão e frutifica no início do outono. Além disso, tem uma agressividade maior em períodos mais quentes do ano, competindo por espaço com a soja e, por isso, tem preocupado muitos sojicultores. Se não controlada, permanece na área por muito ciclos, devido à grande quantidade de sementes que produz.

11. Capim-colchão

Essa é outra planta daninha pertencente à família Poaceae e as espécies principais são Digitaria horizontalis, Digitaria ciliaris e Digitaria sanguinalis.

A espécie D. horizontalis é a queocorre com maior frequência em lavouras brasileiras.O ciclo desta planta daninha é anual, podendo se desenvolver bem em temperaturas entre 25 a 35 °C.

São espécies hospedeiras de pragas e doenças que podem interferir diretamente na cultura da soja, como alguns nematoides. É resistente a alguns graminicidas de ingrediente ativo haloxyfop e fluazifop, que são inibidores da enzima ACCase.

12. Poaia-branca

A poaia-branca (Richardia brasiliensis) é uma planta daninha da família Rubiaceae, anual, rasteira e herbácea. Tem muitos pelos brancos por todo o caule e as folhas têm pelos mais finos e macios.

Ela se reproduz por sementes e tem um alto vigor vegetativo, podendo encobrir toda a área que alcança. Tem alta capacidade de germinação e, por ter sementes muito pequenas, sua dispersão ocorre com muita facilidade.

É uma planta que apresenta tolerância a herbicidas, o que dificulta seu controle. O uso de herbicidas pré-emergentes pode ser um aliado dos sojicultores no manejo desta invasora.

Quer saber mais sobre as principais ferramentas de manejo de plantas daninhas em soja? Acesse nosso site e conheça nosso portfólio de herbicidas para quem é #BomDeSoja e para quem quer ser.

Quer receber mais conteúdos como esse gratuitamente?

Cadastre-se para receber os nossos conteúdos por e-mail.

Ao clicar "receber conteúdo", você concorda em receber informações sobre produtos e serviços ADAMA Brasil S/A. Você pode descadastrar-se a qualquer momento. Por Favor, leia nossa Política de Privacidade


Email registrado com sucesso
Opa! E-mail inválido, verifique se o e-mail está correto.

Fale o que você pensa

O seu endereço de e-mail não será publicado.