Chuvas na cultura da soja: entenda como elas afetam a produção
As mudanças climáticas mostram, em todo o planeta, sinais de problemas que podem se agravar, como secas prolongadas e inundações. O setor agrícola é um dos mais afetados por essas mudanças, que resultam em prejuízos para os produtores.
Portanto, entender como as chuvas afetam a produtividade na cultura da soja é crucial para criar um plano de ação e minimizar prejuízos. Continue a leitura e entenda os impactos da precipitação e que ações tomar diante disso!
O impacto das mudanças climáticas na agricultura
A agricultura é uma atividade diretamente influenciada por fatores climáticos. Portanto, qualquer mudança no clima pode impactar a produção de diferentes maneiras, desde a perda da produtividade até a disseminação de pragas e doenças.
Sobre esse último ponto, é fato que a alteração do clima faz com que a lavoura esteja mais propensa a doenças e, dependendo da maneira como é feito o manejo, o impacto na produtividade é ainda maior. Sem contar os efeitos indiretos dos agentes infecciosos, que interferem na interação entre plantas e hospedeiros.
Consequentemente, quando as mudanças climáticas acontecem com frequência, novas doenças surgem e se espalham, especialmente se a planta hospedeira migrar para novas áreas. Mas não é só isso. O próprio desenvolvimento da lavoura, da germinação dos grãos à colheita, pode sofrer quando o clima não é favorável, estando a chuva entre as principais preocupações dos produtores.
As chuvas na cultura da soja
A chuva é um importante acontecimento climático para os produtores de soja. No mês de novembro há uma reincidência do evento, que se estende até o verão. Quando as chuvas são equilibradas, as safras têm expectativa de alta produtividade, afinal, as condições são as ideais. No entanto, é preciso considerar dois eventos: estiagem e excesso de precipitação.
Estiagem
A estiagem ocorre quando há baixa incidência ou ausência de chuvas por um longo período. Isso varia de uma região para outra, mas, geralmente, as consequências vão desde a baixa produtividade até os problemas em irrigação das lavouras.
Nesse último caso, por exemplo, é crucial ter uma estrutura de irrigação, a fim de manter o solo úmido o suficiente para que a cultura da soja possa se desenvolver e prover a produtividade esperada.
Outras estratégias a serem levadas em consideração para lidar com esse período de seca são o plantio de culturas adaptadas e resistentes, a rotação de culturas e o plantio direto, por meio do qual o produtor faz o plantio sem aração ou gradagem do solo.
Excesso de chuvas
Os dois extremos são ruins para o cultivo da soja. Quando há o excesso da precipitação, os problemas acontecem desde a germinação das sementes, devido à embebição das sementes e à falta de oxigênio para que elas se desenvolvam em plântulas. Isso porque, quando o solo está excessivamente úmido, a entrada de oxigênio e saída de dióxido de carbono fica limitada, dada a baixa condutividade dos gases na água.
Da emergência até o enchimento dos grãos e maturação fisiológica, o excesso de umidade no ar faz com que haja uma redução da absorção de água pela planta e também de nutrientes pelo solo. Todo esse ambiente é favorável à formação de plantas não só menores, mas também menos produtivas.
Nesse caso, é recomendado usar defensivos que têm como base elementos nutritivos, aminoácidos e compostos provenientes de fermentação e que atuarão em sinergia com produtos fitossanitários. A ideia é alcançar maior resistência e proteção da planta.
As condições ideais para a cultura da soja
Pensando na presença, mas também na ausência de chuvas na lavoura, o ponto mais importante é saber como manejar a cultura da soja e determinar as condições ideais para que o grão cresça com qualidade e resulte em uma boa produtividade.
A soja é um grão originário de clima temperado, mas ela tem uma boa adaptação a outras faixas climáticas. Em média, para que a cultura se desenvolva bem, é preciso que a temperatura esteja entre 20 ºC e 35 ºC. Em condições climáticas que estejam abaixo ou acima dessa faixa, podem ocorrer problemas fisiológicos, ligados à floração e ação dos nódulos nas raízes.
Portanto, a semeadura não deve ser feita quando a temperatura do solo estiver abaixo dos 20 ºC, uma vez que a germinação e a emergência da planta ficariam comprometidas. O ideal é que a quantidade de chuvas seja bem distribuída, o que evita perdas e não compromete a saúde da planta.
Outro ponto importante diz respeito à temporada ideal para o plantio. Quando não é efetuada na época de melhor potencial para determinada cultura, o desenvolvimento da lavoura pode ser inferido, justamente pela incidência de eventos climáticos da estação. Por exemplo, quanto mais cedo a soja for semeada, mais antecipada será a colheita. Mas será que isso é, de fato, algo positivo?
Outra questão importante diz respeito à prática de plantar a soja “no pó”. A prática consiste em semear os grãos, mesmo que as condições de umidade de solo não estejam ideais, o que é um risco, visto que a semente precisa absorver, no mínimo, 50% do seu peso em água para que a germinação aconteça da maneira adequada.
No entanto, vale lembrar que, no final de ciclo, o excesso de chuvas pode pressionar o aparecimento de doenças como a ferrugem asiática. Tal patógeno tem rápida expansão e, nos casos mais graves, causa perdas em toda a safra.
De maneira geral, é preciso cuidado com o manejo, ou seja, é essencial que o plantio direto seja bem conduzido, em solo rico e em matéria orgânica, tendo a rotação de culturas como uma de suas técnicas. Do contrário, as chuvas intensas poderão levar as camadas superficiais do solo, que são ricas em fertilizantes e matéria orgânica, erodindo e empobrecendo o solo.
As chuvas são essenciais para a cultura da soja, desde que não aconteçam em excesso ou sejam muito reduzidas, a ponto de causar a estiagem. A dica é se preparar e manter análises constantes das lavouras, adotando medidas de prevenção.
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